Diário de Viagem V - Mi Cielo, Mi Amor
No Domingo a seguir à minha chegada fui exprimentar, ao final da tarde, o Mai Tai ao bar da piscina, para verificar se o Mocho tinha razão.
Assim que me aproximei do bar, o barman sorriu com aquele olhar dominicano característico e veio atender-me primeiro que qualquer outra pessoa.
Perguntou-me o nome, pelo pai da Inês. Disse que se chamava Carlos, quem tinha um filho e que estava separado. Deu-me o Mai Tai e sorriu.
No dia seguinte, ao entregar-me o sumo de laranja (sim, que a Abelhinha não pode abusar do álcool) diz-me:
- És linda!
Agradeci e sorri.
O resto da minha estadia foi caracterizado por episódios destes, com todas as pessoas do meu grupo a pedirem-me para ir eu buscar as bebidas por ser sempre mais rápido.
No último dia:
- Não vás. Casa-te comigo.
Ri-me, claro. Ele continuou:
- Vi nesses teus belos olhos castanhos que a tua felicidade sou eu e que a minha és tu. Sim demora apenas um segundo a dizer e é essa a distância a que estás de ser feliz para sempre.
Dei uma resposta como quem acredita:
- Lamento mas a minha vida é lá.
- Toma este CD. Sempre que ouço esta música penso em ti e por vezes choro.
Agradeci.
Deu-me o número de telefone e pediu-me o meu. Dei. Afinal na minha cabeça a probabilidade de ele ligar era mínima, devido ao custo elevado de uma chamada telefónica.
Pediu-me um beijo. Disse-lhe que não. Ele pergunta-me como fará para se recordar o meu sabor. A minha resposta foi rápida. Abri a mala e tirei uma mão cheia de caramelos que levei para distribuir pelos miúdos:
- Toma. Comes um destes caramelos
Ele muito desconcertado:
- E quando se acabarem?
- Há um truque para isso. Nunca comas o último!
- Razão tinha o meu amigo que me disse que tu eras rebelde.
Ri-me porque sabia exactamente de quem ele estava a falar e porquê que o amigo dele me achava rebelde. Esse dito amigo perguntou-me se eu tinha ido de férias e tinha deixado o marido a trabalhar. Respondi-lhe que as mulheres portuguesas são independentes e mais um chorrilho de disparates feministas, mas tão feministas que nem concordo com eles.
Para grande espanto meu, recebi uma sms:
- Mi Amor, te estraño mucho. Beso grande TT Carlos desde Dominicana.
Fiquei desconcertada e achei que deveria responder mais não fosse para acusar a recepção da sms, principlamente por não saber o que quer dizer TT.
- Gracias por tu cd que me ha gustado mucho. Beso desde Portugal
As mensagens continuaram com juras de amor várias, com muitos TTs, mi amor, mi cielo e outros tratamentos carinhosos à mistura e com respostas evasivas da minha parte. Até que resolvi perguntar o que era TT.
A resposta foi no mínimo estranha e eu concluí que TT era um atrevimento qualquer porque ele não assumiu a resposta, dizendo apenas: “De parte de Carlos. Quiero que tu sinta algo bello mi amor.”
Respondi que seria difícil porque eu sou muito rebelde e como tal trato muito mal os homens.
- A mi no. Estoy seguro.
- No te lo creas.
Insistente não?
Posted by Abelhinha at 12:25 da manhã
3 Comments
Gostei da história, pois identifico-me um pouco com ela :), só que nunca recebi sms lol...
Agora ainda me ri mais ao ler o comentário do bcc :)))
um beijinhuuu
P.s.
Realmente tens muitas recordações das tuas férias :), fico contente
que saudades destas tuas histórias...
A apresentação correu muito bem :-)
fantástico :)
estou para aqui a rir-me sozinha contigo, mi cielo ;)
ó Abelhinha olha só o que tu foste arranjar :D
um bejito mui grande
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