terça-feira, julho 18, 2006

Diário de Viagem V - Mi Cielo, Mi Amor

No Domingo a seguir à minha chegada fui exprimentar, ao final da tarde, o Mai Tai ao bar da piscina, para verificar se o Mocho tinha razão.

Assim que me aproximei do bar, o barman sorriu com aquele olhar dominicano característico e veio atender-me primeiro que qualquer outra pessoa.

Perguntou-me o nome, pelo pai da Inês. Disse que se chamava Carlos, quem tinha um filho e que estava separado. Deu-me o Mai Tai e sorriu.

No dia seguinte, ao entregar-me o sumo de laranja (sim, que a Abelhinha não pode abusar do álcool) diz-me:

- És linda!

Agradeci e sorri.

O resto da minha estadia foi caracterizado por episódios destes, com todas as pessoas do meu grupo a pedirem-me para ir eu buscar as bebidas por ser sempre mais rápido.

No último dia:

- Não vás. Casa-te comigo.

Ri-me, claro. Ele continuou:

- Vi nesses teus belos olhos castanhos que a tua felicidade sou eu e que a minha és tu. Sim demora apenas um segundo a dizer e é essa a distância a que estás de ser feliz para sempre.

Dei uma resposta como quem acredita:

- Lamento mas a minha vida é lá.

- Toma este CD. Sempre que ouço esta música penso em ti e por vezes choro.

Agradeci.

Deu-me o número de telefone e pediu-me o meu. Dei. Afinal na minha cabeça a probabilidade de ele ligar era mínima, devido ao custo elevado de uma chamada telefónica.

Pediu-me um beijo. Disse-lhe que não. Ele pergunta-me como fará para se recordar o meu sabor. A minha resposta foi rápida. Abri a mala e tirei uma mão cheia de caramelos que levei para distribuir pelos miúdos:

- Toma. Comes um destes caramelos

Ele muito desconcertado:

- E quando se acabarem?

- Há um truque para isso. Nunca comas o último!

- Razão tinha o meu amigo que me disse que tu eras rebelde.

Ri-me porque sabia exactamente de quem ele estava a falar e porquê que o amigo dele me achava rebelde. Esse dito amigo perguntou-me se eu tinha ido de férias e tinha deixado o marido a trabalhar. Respondi-lhe que as mulheres portuguesas são independentes e mais um chorrilho de disparates feministas, mas tão feministas que nem concordo com eles.

Para grande espanto meu, recebi uma sms:

- Mi Amor, te estraño mucho. Beso grande TT Carlos desde Dominicana.

Fiquei desconcertada e achei que deveria responder mais não fosse para acusar a recepção da sms, principlamente por não saber o que quer dizer TT.

- Gracias por tu cd que me ha gustado mucho. Beso desde Portugal

As mensagens continuaram com juras de amor várias, com muitos TTs, mi amor, mi cielo e outros tratamentos carinhosos à mistura e com respostas evasivas da minha parte. Até que resolvi perguntar o que era TT.

A resposta foi no mínimo estranha e eu concluí que TT era um atrevimento qualquer porque ele não assumiu a resposta, dizendo apenas: “De parte de Carlos. Quiero que tu sinta algo bello mi amor.”

Respondi que seria difícil porque eu sou muito rebelde e como tal trato muito mal os homens.

- A mi no. Estoy seguro.

- No te lo creas.

Insistente não?

Posted by Abelhinha at 12:25 da manhã

3 Comments

  1. Blogger Cristina posted at julho 18, 2006 10:49 da tarde  
    Gostei da história, pois identifico-me um pouco com ela :), só que nunca recebi sms lol...
    Agora ainda me ri mais ao ler o comentário do bcc :)))
    um beijinhuuu
    P.s.
    Realmente tens muitas recordações das tuas férias :), fico contente
  2. Blogger rspiff posted at julho 18, 2006 11:33 da tarde  
    que saudades destas tuas histórias...

    A apresentação correu muito bem :-)
  3. Blogger Agripina Roxo posted at julho 19, 2006 1:56 da manhã  
    fantástico :)
    estou para aqui a rir-me sozinha contigo, mi cielo ;)
    ó Abelhinha olha só o que tu foste arranjar :D
    um bejito mui grande

Enviar um comentário

« Home