terça-feira, novembro 21, 2006

Em casa de ferreiro espeto de pau

Ontem foi um dia especial.

À hora do lanche o conforto de ver quase a empresa toda a cantar parabéns e à espera de comer os meus bolinhos.

Foi feliz ouvir a galhofa do: "Será que esta sala aguenta com todos?"

Senti-me muito bem. Senti como uma retribuição de tantas vezes me ter esforçado para que os outros se sentissem mimados. Senti que valia mesmo a pena.

Cheguei a casa e jantei.

No entanto depois de jantar vi como fracasso dentro de 4 paredes, ao não conseguir que a minha mãe se sinta amada, se sinta querida, se sinta indespensável para a minha vida.

Não sei que seria de mim sem a minha mãe e todos os que me rodeiam sabem disso menos ela.

Onde estarei a fazer mal? Porque será que ela não acredita quando lhe digo que a amo imensamente e que me preocupo de morte com a saúde dela? Porque será que ela não sabe que sem ela nada sou?

Na sua solidão, empurrou-me, empurrei-a, empurramo-nos.

Enquanto eu esperneava que necessito dela mais do que qualquer outra coisa, ela dizia-me que não sirvo para nada e que sem mim a vida dela pernaneceria igual, melhor até, seria apenas menos uma pessoa a incomodá-la com os horários dos medicamentos e as análises que insistentemente ela não faz; seria menos uma inimiga em casa.

Falhei.

Devia amá-la melhor, mimá-la melhor, abraçá-la melhor...

Em casa de ferreiro espeto de pau.

Posted by Abelhinha at 1:00 da tarde