terça-feira, setembro 26, 2006

Piolhos e Placa Bacteriana

Estava eu a brincar com a Inês, actualmente com 4 anos, quando ela resolveu que iamos brincar aos banhos.

A brincadeira consiste em algo tão simples como fingir que estamos a tomar banho.

- Lava-me o cabelo, mamã.

Para a irritar disse-lhe:

- Olha vou-te por este produto para os piolhos.

- Piolhos?

- Sim. Os piolhos são uns bichinhos pequeninos que vivem na tua cabeça. As pulgas vivem nos cães, os piolhos na tua cabeça.

Chegou a vez que ela me lavar o cabelo a mim.

- Vou-te por este produto no cabelo por causa dos piolhos mamã.

- Que são piolhos amor?

- São uns bichinhos pequeninos que vivem na tua cabeça. A placa bacteriana vive na tua boca, os piolhos na tua cabeça.

A única coisa que me saiu foi:

- Placa bacteriana?

- Sim mamã, uns bichinhos muito pequeninos que vivem na tua boca em esconderijos e que depois tentam bater nos dentes e os dentes só ganham se forem fortes.

A bricandeira terminou ali porque ela irritou-se foi com o facto de eu não conseguir parar de rir.

Quem me manda tentar ensinar o Pai Nosso ao vigário?

Posted by Abelhinha at 7:12 da manhã 9 comments

terça-feira, setembro 19, 2006

O Outono está a chegar

Está a chegar o Outono.

O Outono é sem dúvida a minha estação preferida.

As folhas que nos pareciam fundamentais e insubstituíveis caiem para que no futuro, na próxima primavera outras tenhas espaço para brotar.

Dói por vezes ver as folhas cair. Dói perdermos essa parte de nós mesmos que julgavamos ser o melhor de nós. Mas o tempo anda e corre e amanhã é um novo dia, com novas folhas a serem o melhor de nós mesmos.

Olhamos para os nossos pés e um manto castanho, cor da terra cobre os nossos pés. Ao andar, estalidos marcam os nossos passos.

No ar chegará o cheiro às castanhas e ao nevoeiro das manhãs.

Nesse dia despertarei e saberei que um novo ciclo começou. E se olhasse para trás, veria que afinal o que julgava insubstituível ficou algures na beira do caminho.

Posted by Abelhinha at 12:58 da tarde 8 comments

sexta-feira, setembro 15, 2006

Há pacotes de açúcar e pacotes de açúcar

Há muito, muito tempo ao beber um café reparei que o meu pacote de açúcar tinha uma frase que imediatamente me transportou para uma dimensão diferente.

Voei para longe.

Guardei o pacote e pedi outro.

Dias mais tarde o pacote, cuidadosamente guardado, chegou ao seu destino.

Tal como diz o anonymous no comentário do post anterior.

Até me esqueci que aquilo era produzido às bateladas e achei que aquele pacote só dizia respeito a nós os dois.

Só a nós dizia, só a nós diz e só a nós dirá.

Ontem, hoje e sempre.

Posted by Abelhinha at 5:24 da tarde 7 comments

A Condessa do Pé na Argola

Depois de estar farta que me chamassem Condessa por estar preocupada com os meus modos à mesa, achei que devia "comportar-me" mal com a pessoa em causa.

- Voltas a chamar-me Condessa eu atiro-te esta batata.

- Está-lhe a saber bem Sra Condessa?

E voou uma batata cujas coordenadas do alvo na batalha naval seria: Água.

Um pouco mais tarde, voou um pacotinho de áçucar onde se podia ler:

"59% das pessoas acredita em amor à primeira vista".

Desta vez foi ao fundo o senhor da mesa do lado.

Pronto lá passei um vergonhão.

Espero bem que o senhor não tenha achado que o pacotinho de açúcar era uma dica.

Posted by Abelhinha at 2:33 da tarde 3 comments

quinta-feira, setembro 14, 2006

Um dia tinha que acontecer

Que já não tenho 20 aninhos, isso eu já sabia.

Esqueci-me foi que:

- Dormir apenas 2h antes de uma actividade física intensa como o canyoning

e

- Ficar acordada até às 4 da manhã 4 dias depois para me levantar às 6

poderia não ser grande ideia.

Ah pois não foi.

Não sei muito bem o que aconteceu, mas eu acho que acordei e vi o meu carro quase, quase em cima do rail.

Ainda acordei a tempo de evitar o pior.

É só o lado esquerdo do carro a precisar de uma pintura.

Já agora Chefe e o resto dos meus 23 dias de férias? Seria uma boa altura para serem gozados não???

Posted by Abelhinha at 8:11 da manhã 5 comments

quarta-feira, setembro 13, 2006

Eu queria que ele ficasse fantástico.

A Inês ia matando o gato.

Como nos desenhos animados alguns gatos usam colares ela achou que giro, giro era por um colar no pescoço do gato.

Foi buscar a sua pulseira da Barbie de elástico e missangas e zunga... meteu-o no pescoço do gato.

O gato estava já aflito quando a minha mãe viu o que se passava.

- Oh vó, eu queria que ele ficasse fantástico.

Mais um pouco e adeus gato!

Posted by Abelhinha at 1:04 da tarde 3 comments

segunda-feira, setembro 11, 2006

Olha ali um leitão!

O fim de semana foi em grande.

6ª Feira - Bairro Alto.

Cheguei a casa tarde e más horas para quem no dia seguinte tem que preparar a mochila, a tenda e partir rumo a Arouca para descer um canyon no Rio Pequeno, um afluente do Rio Freita.
2 horas de sono, levantar, arrumar e partir.

No parque de estacionamento do Escritório estava já o André e a Clara à minha espera. Resolvemos ir todos juntos.

A viagem correu sem grandes aborrecimentos, pelo menos para mim que fui a dormir a viagem toda. Toda não. No troço final acordo com a Clara e o André a discutirem o percurso como se fossem casados há pelo menos 15 anos.

Lá encontramos o caminho graças ao meu raciocionío abstrato. Afinal foi olhar para as péssimas indicações que tinhamos e tentar ver o que aquilo quereria dizer.

Finalmente, Merujal. Do parque de Campismo é que nem cheiro.

Telefones sem cobertura, excepto o meu pequeno Zapp, a dar significado ao trabalha melhor em equipa.

Liguei para o parque.

- Estamos a tentar chegar até aí.

- Onde está?

- Acabei de sair da aldeia do Merujal e estou num entroncamento onde está uma seta de um restaurante chamado Encontro e outra para Vale de Cambra.

- E está parada ou a andar?

- Estou parada.

- Está onde?

- Acabei de sair da aldeia do Merujal e estou num entroncamento onde está uma seta de um restaurante chamado Encontro e outra para Vale de Cambra.

- E as cruzes?

- Quais cruzes?

- Passou pela Srº das Lajes?

- Não sei.

A chamada caiu e eu resolvi não ligar novamente.

Andamos mais um pouco e encontramos um grupo de 5 senhoras.

- Boa tarde. Poderiam dizer-nos onde fica o Parque de Campismo do Merujal.

Srª 1: O Merujal é para cima.

Srª 2: Que nome é esse?

Srª 3: Que querem?

Srº 4: Ora digam lá.

- Queriamos saber onde é o Parque de Campismo do Merujal.

Srª4: Isso é lá em cima. Tem que subir pela estrada de alcatrão. Dá aqui a volta e sobe sempre pela estrada de alcatrão. Os senhores vieram pela estrada de alcatrão, não foi?

- Sim.

Srª 4: É por ai que têm que ir. Depois de chegarem lá a cima não virem à direita (batendo com a mão no ombro direito) viram à esquerda (batendo com a mão no ombro esquerdo, mesmo em cima da foice que lá se encontrava pendurada).

- Obrigada.

Srª 4: Pois virem à esquerda (batendo novamente com a mão no ombro)

O André arrancou e apenas ouvia a Clara dizer:

- Aguenta por favor até passarmos novamente pelas senhoras.

Passamos e uma explosão de gargalhadas fez-se imediantemente ouvir no carro.

Fiquei imparável.

A falta de sono tem estes efeitos em mim. Vou perdendo a lucidez e rindo dos meus próprios disparates.

Finalmente o Parque.

Fomos os primeiros a chegar e ligamos para o resto do grupo para dar as indicações correctas.

Encomendamos o jantar e fomos levantar dinheiro.

Aproveitei para as SMS da praxe (uma sms addict não pode passar uma noite sem enviar nem que seja uma sms e no parque não havia cobertura).

- Poderia dizer-me onde há uma caixa multibanco?

- Vem de S. João da Madeira?

- Não. Do Merujal.

- Segue sempre em frente e em vez de voltar à esquerda, volta à direita.

Tive que me controlar mais um pouco, pois na verdade só me lembrava da Srª 4.

Regressamos ao parque já com o dinheirinho.

- Olhem ali um porco preto - disse eu entusiasmada com o animal.

- Onde?

- Ali.

- Abelhinha... é um cão.

Ao jantar ainda não tinha conseguido parar de rir. Todos os outros só diziam "não a deixem beber mais", que foi uma grande injustiça, porque eu estava a beber água.

Deitei-me cedinho. Coloquei os tampões nos ouvidos e desliguei da camarata onde todos partilhavamos o "leito".

Na manhã seguinte contaram-se grandes algazarras da noite, mas delas nem zumbido ouvi.

Pequeno almoço, mais umas quantas gargalhadas.

Pouco depois iniciavamos a aventura.

Da última vez há 2 anos atrás eu fui apelidada de "Abafa Calhaus" e isso deixava-me um pouco insegura.

Mas tinha que me aguentar à bomboca.

A coisa começou com um salto, não muito alto, mas eu detesto saltos. Lá saltei lembrando-me das sábias palavras do Carlos:

- Depois de tomada a decisão basta apenas um passo. E é assim com tudo na vida. Toma sempre a decisão com a qual sejas capaz de lidar para o resto dos teus dias.

Não poderia viver com o enxuvalho de não saltar.

A água estava gelada, mas sabia bem para arrefer um pouco os fatos de neoprene.

Fomos seguindo sem incidentes de maior e a rir de nós próprios a cada escorregadela.

Fizemos imenso rapel regado com água limpa e fresca, intrecalado com a Abelhinha a cantar, para desespero dos ouvidos dos restantes participantes.

"Estava a assar sardinha
Tinha o lume a arder
Queimei a sardinha sem ninguém saber
Se fosse outra coisa eu não importava
Mas era a sardinha que eu tanto gostava"

"O mar está bravo
Há ondas a bater
O mar está bravo
Oh amor vem ver"

De "abafa calhaus" passei a fuzileira. O que foi sem dúvida uma grande promoção. Embora em muitas fases da descida tenha sido mais lontra que abelha.

A descer todos os Santos ajudam... e depois esquecem-se que a malta também tem que subir.

A subida foi um horror. Por momentos achei que as minhas pernas se iam recusar a fazer mais um movimento que fosse.

Ao chegar ao ponto de partida, nem parecia que tinha estado o dia inteiro dentro de água tal foi a minha alegria ao ver a fonte, onde aproveitei para quase tomar banho.

A energia estava esgotada.

Quem me despiu foi o André e levei um raspanete do Carlos.

- Não descansas e depois dá isso. Tens que dormir senão o corpo não aguenta.

Mensagem recebida, para a próxima, já em outubro, lembrem-me para não ir ao Bairro Alto na véspera do canyoning.

Já de regresso a casa, o André insistia que eu cantasse. Devia estar com os ouvidos com algum calhau lá dentro, porque eu canto tão mal que a Inês me diz sempre: "Mamã cala-te que fazes muito barulho!"

Chegamos sãos e salvos e hoje vamos ver como é que os corpinhos se aguentam.

Logo, logo publico fotos.

Posted by Abelhinha at 9:01 da manhã 2 comments

sexta-feira, setembro 08, 2006

A primeira visita de estudo

Ainda agora foi para a escola e já começam as visitas de estudo.

Tão pequenina e já a fazer passeios com a escola!

Confesso. Assinei a autorização com o coração apertado, mas faz parte!

- Vai tudo correr bem! digo-me sempre que tenho medo.

Posted by Abelhinha at 8:35 da tarde 2 comments

Desafio

Após o desafio da Ana Cristina e do Ivo, aqui deixo 6 caraterísticas que me poderiam etiquetar.

1 - Adoro livros, cinema e teatro. Leio, escrevo, vou ao cinema e ao teatro regularmente. Passo horas a disfrutar destes prazeres.

2 - Não gosto daquilo que normalmente as mulheres gostam, tipo compras, maquilhagem e saltos altos.

3 - Bebo pouco alcool mas gosto de beber cervejas específicas. Peço-as sempre pelo nome. Se não houver a que quero não bebo.

4 - Gosto muito de mimar os outros e de os surpreender com mimos. Adoro dar presentes, ajuda, palavras, carinho, amor. Mas nem tudo é mel, por vezes também sou fel.

5 - Não acredito em coincidências. Tenho que atribuir significados a tudo o que acontece. Penso sempre demasiado nas coisas.

6 - Sou exigente comigo. Gosto de fazer bem as coisas e detesto a mediocridade. Fico furiosa quando não faço as coisas como acho e sento que devia ter feito.


Vou passar a bola apenas ao BCC para ver se o blog dele se reanima.

Posted by Abelhinha at 8:50 da manhã 2 comments

segunda-feira, setembro 04, 2006

Ainda bem que ela foi professora!

Hoje foi o primeiro dia da Inês na pré.

Eu e a minha mãe fomos levá-la. Achei que a minha mãe, professora do primeiro ciclo aposentada, seria um bom equilibrio para a minha emotividade de mãe que deixa a criança na escola pela primeira vez.

Na escolinha da Inês na pré ainda dormem a sesta. Ao entregar os lençois disse à educadora:

- É possível que ela tenha dificuldade em dormir a sesta, porque em casa já quase que nunca dorme.

- E ela adormece a mexer no cabelo de alguém. Tem que ficar alguém ao pé dela para ela adormecer. - Diz a minha mãe

- Tem não... ela tem que se habituar a novas rotinas - disse eu rapidamente.

Fartei-me de brincar com a minha mãe e com a emotividade dela. Ainda bem que a levei para controlar a minha!

Ahahahahahahahahahahah!

Posted by Abelhinha at 10:12 da tarde 5 comments

sexta-feira, setembro 01, 2006

Pluto, I still love you

Ainda aqui não falei de Plutão.

Astrologicamente falando, sendo eu Escorpião, Plutão é (era) o meu planeta regente.

Se já me sentia por vezes uma criatura de outro mundo, agora sinto-me uma criatura, não só fora da Terra, mas também fora de todo o Sistema Solar.

Se o Natal é quandoo Homem quiser, Plutão para mim vai continuar a ser sempre um planeta.

E para ele aqui fica este meu voto de simpatia:

Pluto, I still love you!

pluto

Posted by Abelhinha at 9:47 da manhã 4 comments